
O filme mostra um homem nu, parecido com Hendrix, lendário guitarrista de rock morto em 1970; o homem usa uma bandana e cabelo ao estilo afro, e está fazendo sexo com duas morenas em um quarto mal iluminado. O rosto dele só aparece por inteiro na tela durante alguns segundos, com os olhos fechados.
Em outros trechos do vídeo, vislumbres de seu perfil podem ser divisados. Mas as mãos dele, enfeitadas por muitos anéis, de vez em quando são capturadas pela câmera. O filme não tem som.
A Vivid, uma grande produtora de filmes pornográficos que está lançando o filme esta semana, criou um DVD de 45 minutos chamado Jimi Hendrix the Sex Tape, que combina os 11 minutos de imagens sexuais com uma retrospectiva da carreira do músico nos anos 60 (mas sem mostrar sua música).
A empresa, que já havia lançado vídeos de Pamela Anderson e Tommy Lee, Kim Kardashian e outros, venderá o DVD de Hendrix por US$ 39,95, em lojas e via Internet, e oferecerá o vídeo para download.
Mas a identidade do homem no filme, que circula há anos entre os aficcionados de Hendrix, é ferozmente contestada por especialistas e antigos colegas do guitarrista. E o DVD chega depois de uma série de falsos vídeos envolvendo dublês de astros e uma outra grande estrela morta.
Reportagens veiculadas na Internet recentemente lançaram dúvida sobre as alegações de um negociante de objetos de coleção de Nova York que afirma ter vendido um filme em que Marilyn Monroe aparece fazendo sexo explícito.
Comercializar momentos íntimos de astros e estrelas mortos cria uma nova e estranha dimensão na onda de entretenimento voyeurístico que tomou Hollywood, onde vídeos de sexo podem ser considerados como meio de estimular ou reviver carreiras. Isso indica até onde as pessoas podem ir, e até que ponto uma lenda pode desabar, para atender à demanda do público por detalhes crus da vida das celebridades.
A Vivid Entertainment diz que depois de uma extensa investigação conduzida por detetives particulares, ela certifica a autenticidade do filme de Hendrix.
"Creio que tenhamos verificado o produto, e como resultado do processo acreditamos claramente que ele seja o homem do vídeo", disse Steven Hirsch, co-presidente do conselho da Vivid. "Se as investigações não tivessem confirmado a identidade, não teríamos lançado o filme".
Hirsch disse que se convenceu de que a fita era autêntica depois de localizar o homem que gravou a cena com uma câmera de oito milímetros. Eles chegaram a um acordo financeiro "para que ele aprovasse nossa distribuição do material".
Mas Hirsch e seus advogados se recusam a dizer como o homem foi localizado ou a colocar um repórter em contato com ele, dizendo que assinaram um acordo de confidencialidade, por insistência do fornecedor. Ninguém conseguiu identificar as mulheres que estão no filme, acrescentou Hirsch.
De acordo com Howie Klein, que vendeu o filme à Vivid, o material foi descoberto em uma caixa de recordações do rock adquirida recentemente em um leilão não identificado, em Londres. Ao reconhecer Hendrix, o colecionador decidiu vender o filme, disse Klein. Ele colocou o filme à venda no eBay, aparentemente sem sucesso, mais de um ano atrás, ainda que não esteja claro que fosse o mesmo colecionador.
Ele procurou Klein em julho, e insistiu em que sua identidade não fosse revelada, contou Klein que não contou o valor pago pelo filme mas deu a entender que era inferior a US$ 50 mil. Klein vendeu o filme à Vivid, disse, porque a empresa tinha recursos para aproveitá-lo melhor do que ele.
O DVD inclui comentários de duas mulheres que conheceram Hendrix e dizem acreditar que o filme é real: Pamela des Barres, autora de um livro sobre a vida das groupies que seguiam os astros de rock, e Cynthia Albritton, mais conhecida como Cynthia Plaster Caster.
Albritton ganhou notoriedade por fazer modelos em gesso dos órgãos sexuais dos astros do rock, entre os quais os de Hendrix, em 1968. (Hirsch disse que as duas mulheres foram pagas por sua contribuição para o vídeo, mas não ofereceu mais detalhes.)
Tenho certeza de que é ele", disse Albritton, 61, em entrevista de sua casa, em Chicago. "A estrutura facial do rosto é a mesma. As sobrancelhas e o bigode se assemelham ao estilo que ele usava em 1970".
Mas Kathy Etchingham, 60, uma das namoradas de Hendrix nos anos 60, afirmou em mensagem de e-mail, depois de ver fotos de cenas do filme a pedido do repórter, que "não é ele. O rosto é largo demais, e as narinas largas demais para Jimi. O cabelo também não tem a altura certa".
"Ele jamais teria permitido que alguém assistisse a uma coisa assim", diz Etchingham em entrevista. "Ele era um homem muito tímido, em sua vida pessoal, e não teria deixado que o vissem nu".
Um porta-voz do espólio de Hendrix se recusou a comentar. Hirsch afirmou que não se preocupava com reações adversas dos fãs de Hendrix, que morreu de overdose aos 27 anos.
Ele disse que "uma pequena porcentagem dos fãs, aqueles que o cultuam, gostariam de recordá-lo como era no palco. Mas há muitos fãs mais casuais de Jimi Hendrix que certamente ficarão curiosos para ver esse outro lado".
Hirsch no entanto descartou a idéia de que ele ou os fãs estariam interessados em uma série de vídeos sexuais póstumos de celebridades. "Há apenas cinco ícones reais", ele diz, entre os quais Hendrix, Monroe e Elvis Presley.
Se eu tivesse um vídeo de Frank Sinatra, seria ótimo. E o presidente John Kennedy seria igualmente bom. Não sei se, fora eles, há muitas outras personalidades mortas cujos possíveis vídeos de sexo valesse a pena lançar".
Por: Mireya Navarro e Jeff Leeds
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