quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Um dia vivido de crék em crék.
Um dia que o único prazer que eu tinha era o barulho do grampeador fazendo crék.
Cada dois minutos – o intervalo de um crék ao outro – virou uma vida.
Um hora.
E toda hora eu pensava repetitivamente nas mesmas coisas e ainda conseguia cantar no fundo da cabeça “Eu já cansei de imaginar você com ela”.
Os mesmos pensamentos de dois em dois minutos, interrompidos por um prazeroso crék.
Isso não deveria ser assim!
Bar serve pra flerte e desabafo das decepções ocasionadas inicialmente por um flerte. Por que dessa vez tem que ser assim?
Acabou num caldo salgado engolido ao telefone e abafado numa camisa de banda pra não molhar o travesseiro.
“Paaaaaaaaaaaz, eu quero paz...”
Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

E são litros de choro seco e alguém me convença com bons argumentos que é só falta de sexo. Quanto desgaste por conta de simples desencontros!
A atenção de quem pegou todo meu egocentrismo, numa brincadeira estúpida, por favor, devolva-o, lamentação e tristeza por conta de sentimentos amorosos é coisa de pessoas de personalidade fraca. Não me reconheço nessa situação. Não sou eu nessa choradeira toda.
Devolva-me.
Suma e leve todo o quanto de mim te dei. Suma antes que descubram que sou mulher cafajeste e me presto a essa desonra com gosto.
Talvez eu ainda esteja em duvida na verdade. Gozo do paparico dos moços que me babam ou me deixo sentir poderosa por ter quem faça sentir-me pequena, benquista e seduzida por suas carnes quentes?
Pior que a incerteza do perder é a incerteza do ainda ter.
Bem se vê que não sou eu e sendo assim em fraqueza confesso minha covardia e falta de punho que lhe cederam o júri. Nessa então, por favor, deixa de lado essa canalhice infernal e resolve minha vida logo.