sábado, 27 de dezembro de 2008

Retrospectiva II - acaba logo porra -

Balanço: *Sim eu adequo meus termos aos contábeis e matemáticos

Tudo o que posso dizer é que esse ano eu cresci pra caralho!
Cresci profissionalmente e junto disso veio o gosto maravilhoso do reconhecimento pelas coisas que faço e no meu caso é especialmente DELICIOSO marcar reuniões e coisas do tipo com pessoas que nunca me viram antes e ver a cara de espanto delas ao perceberem que não estão tratando assuntos com uma senhora ou no mínimo uma mulher grande e estranha daquelas que se imagina... Eu sou prova viva de que aparencia feminina de boas feições causa espanto sim (E como!) em terra de assuntos masculinos!
Tenho muito orgulho da capacidade que eu tenho de fazer coisas bem feitas que são reconhecidas e me alavancam cada vez pra mais alto.
Cresci como pessoa. Como mulher (Ho-ho). Um crescimento que diz respeito a quem tenho dentro de mim (Esquizofrenia então?). Um amadurecimento muito bonito como filha, como empresária (pra quem não sabia fica sabendo agora), como gente... E me ver assim dá uma sede incrível de fazer mais, pra conseguir cada vez mais e me ver satisfeita de novo, com mais vontade de fazer mais...
No quesito ‘relacionamentos’ eu não posso reclamar também. Apesar de estar sozinha, aprendi muito com a pessoa que passou parte do ano comigo, mas [...] e as coisas não deram certo sendo que aí vem mais uma parte bonita da história: não terminar as coisas com briga. Honestamente me enche o coração de alegria (é bem isso mesmo!) conseguir manter uma relação de amizade nessas circunstancias. Sou grata a essa pessoa por tudo que pude prender sobre mim enquanto estivemos ‘juntos’ e isso não é da boca pra fora muito menos sinônimo de pouca coisa. Cresci pra caralho com a coisa toda MESMO.
Como eu não gosto de me estender tenho só mais uma coisa a dizer:
A 20º década de vida nunca esperou tanto alguém quanto a mim!
Hehehehehehe.

“A vida é como andar de bicicleta. Para manter equilíbrio, é preciso se manter em movimento”.
Einstein.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Retrospectiva

Esse ano só ao fim e com a ajuda de um amigo eu consegui entender uma coisa.
Eu desconfiava ser muito faladeira, mas pra não gerar horas extras de conversa desnecessária e ter que ficar aturando burrice e teimosia alheia eu preferia nem começar falar. Mas não é assim!
Não é que eu falo de mais e me estendo nos assuntos e por saber que sou assim acabo optando por não abrir a boca e poupando a mim e a que estiver à volta dos meus discursos bem elaborados, coesos, admiradores e bem estruturados, a realidade é que eu sintetizo tudo e faço questão de falar apenas quando preciso fazê-lo.
Assim encerro e egoisticamente não exteriorizarei as coisas que abstraí.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

If Love Is A Red Dress

My heart is empty.
Your eyes are dull.
Once we were hungry,
Now we are full.
These chains that bind us,
Can't beat these chains.
If love is shelter,
I'm gonna walk in the rain.

You were my angel.
Now, you are real.
So like a stranger,
Colder than steel.
The morning after,
You know what you bring.
If love is a red dress,
Well, hang me in rags.

Away.
There goes the fairy tale.
Lord, ain't it a shame?
In all this comfort,
I can't take the strain.

If we played even,
I'd be your queen.
But someone was cheatin'.
And it wasn't me.
I've laid it on the table,
You held something back.
If love is Aces,
Give me the Jack.

Maria Mckee

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Relacionamentos

Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.

Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
- Cinco anos.... que pena... acabou...
- é... não deu certo...

Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos essa coisa completa.

Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto, não vamos encontrar.

Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.

E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.

Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não.

Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.

Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?

O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.

Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.

Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.

E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.

Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.

Na vida e no amor, não temos garantias.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.
E nem todo sexo bom é para descartar... ou se apaixonar... ou se culpar...

Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ????

Arnaldo Jabor

Estamos com fome de amor

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".

Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.

Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.

Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".

Antes idiota que infeliz!
Arnaldo Jabor

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Dá licença?

Quero deixar registrada minha indignação para com as tais cabeças modernas super bem resolvidas, esclarecidas, experientes – em suas áreas de atuação – e pré-conceituosas. As cabeças imaturas nem merecem minhas palavras apesar de infelizmente serem essas as que mais me revoltam.
Tomei as dores da Administração.
Cansei de dizer com empolgação que cursarei Administração e em troca receber um olhar de ‘broxei’ quando não um comentário seco referente à Administração ser um curso para quem é indeciso na vida.
Administração é profissão regulamentada neste país desde 1965 (recente devo reconhecer, mas não vou entrar nos desméritos do meu país que não vive de passado, mas também não vive o presente esperando o futuro acontecer).
Administração deve ser considerada tão específica como outras tantas. Não levando em conta o ramo pertencente de cada uma, mas é sim tão específica quanto à psicologia, por exemplo, e nós poderíamos citar várias outras para os insatisfeitos e argumentadores. Direito, Matemática, Economia mesmo, que imbecilmente tantos dizem ser praticamente ‘a mesma coisa’ que Administração, quando na verdade – apesar de próximas – profundamente diferentes.
Chega que dizer que quem cursa administração está ali na verdade para se encontrar com a cadeira que mais lhe agrada e a partir daí seguir aquela tal faculdade/profissão. Chega de dizer que administração é um aglomerado de caminhos executivos em resumo numa estante ao alcance da mão pra ser folhado, degustado, engolido a seco, mastigado, digerido e no fim aprovado ou não.
Chega de olhar para administração e ver suas ferramentas completamente desmembradas sem considerar suas ligações. E pelo amor, o pior. Tenho sentido é dó do formado administrador. Dó por entender que ele é incompreendido.
Cabeças, o formado em administração não merece desdenho, descrédito ou desprezo por ter chegado ao fim do curso sem ter escolhido no caminho a sua profissão. Esse sim que merece louvor. Este sim soube aproveitar o curso e entendeu o que a administração é em sua essência. Esse amou eternamente as teorias e foi fiel a elas. Uso a frase que é chave do considerado pai da Administração Taylor:
Administrar é dar ênfase nas tarefas, objetivando-se aumentar a eficiência da empresa aumentando-se a eficiência ao nível operacional.
O administrador amou essa teoria abraçando com ela todas as ferramentas disponíveis e necessárias para a realização de uma gestão planejada.
Afora mais delonga presume que se notou minha indignação, razão pela qual escrevo. Farei Administração sim, por sede dessa ciência aplicada. E por favor, o fim a essas cabeças desprezíveis que mediocremente acham que em Administração não existem decididos.
Juliana Rodriguez

Depois de um museu e uma esquina da Avenida Paulista

...algo deste prédio me deixa entrigada.

Dona Augusta IV

Dona Augusta III

Dona Augusta II

Dona Augusta I

O mundo de hoje é travesti

Está rolando na internet um texto ridículo sobre "mulheres" atribuído a mim.

Sou uma besta, todos o sabem; mas, não chego a esse relincho lamentável do asno que o escreveu. Diz coisas como: "A mulher tem um cheirinho gostoso, elas sempre encontram um lugarzinho em nosso ombro." Uma bosta, atribuída a mim. Toda hora um idiota me copia e joga na rede. Por isso, vou falar um pouco de mulher, eu que mal as entendo na vida. Não falarei das coxas e seios e bumbuns... Falo de uma aura mais fluida que as percorre.

Gosto do olhar de onça, parado, quando queremos seduzi-las, mesmo sinceramente, pois elas sabem que a sinceridade é volúvel, não perdura. Um sorriso de descrédito lhes baila na boca quando lhe fazemos galanteios, mas acreditam assim mesmo, porque elas querem ser amadas, muito mais que desejadas. Elas estão sempre fora da vida social, mesmo quando estão dentro.

Podem ser as maiores executivas, mas seu corpo lateja sob o tailleur e lá dentro os órgãos estranham a estatística e o negócio. Elas querem ser vestidas pelo amor. O amor para elas é um lugar onde se sentem seguras, protegidas.

O termômetro das mulheres é: "Estou sendo amada ou não? Esse bocejo, seu rosto entediado... será que ele me ama ainda?" A mulher não acredita em nosso amor. Quando tem certeza dele, pára de nos amar. A mulher precisa do homem impalpável, impossível. As mulheres têm uma queda pelo canalha. O canalha é mais amado que o bonzinho. Ela sofre com o canalha, mas isso a justifica e engrandece, pois ela tem uma missão amorosa: quer que o homem a entenda, mas isso está fora de nosso alcance. A mulher pensa por metáforas.

O homem por metonímias. Entenderam? Claro que não. Digo melhor, a mulher compõe quadros mentais que se montam em um conjunto simbólico sem fim, como a arte. O homem quer princípio, meio e fim. Não estou falando da mulher sociológica, nem contemporânea, nem política. Falo de um sétimo órgão que todas têm, de um "ponto g" da alma.

Mulher não tem critério; pode amar a vida toda um vagabundo que não merece ou deixar de amar instantaneamente um sujeito devoto. Nada mais terrível que a mulher que cessa de te amar. Você vira um corpo sem órgãos, você vira também uma mulher abandonada.

Toda mulher é "Bovary"... e para serem amadas, instilam medo no coração do homem. Carinhosas, mas com perigo no ar. A carinhosa total entedia os machos... ficam claustrofóbicos. O homem só ama profundamente no ciúme. Só o corno conhece o verdadeiro amor. Mas, curioso, a mulher nunca é corna, mesmo abandonada, humilhada, não é corna. O homem corneado, carente, é feio de ver. A mulher enganada ganha ares de heroína, quase uma santidade. É uma fúria de Deus, é uma vingadora, é até suicida. Mas nunca corna. O homem corno é um palhaço. Ninguém tem pena do corno. O ridículo do corno é que ele achava que a possuía. A mulher sabe que não tem nada, ela sabe que é um processo de manutenção permanente. O homem só vira homem quando é corneado.

A mulher não vira nada nunca. Nem nunca é corneada... pois está sempre se sentindo assim. Como no homossexualismo: a lésbica não é viado.

A mulher é poesia. O homem é prosa. Isso não quer dizer que a mulher seja do bem e o homem do mal. Não. Muita vez, seus abismos são venenosos, seu mistério nos mata. A mulher quer ser possuída, mas não só no sexo, tipo "me come todinha". Falam isso no motel, para nos animar. O homem é pornográfico; a mulher é amorosa. A pornografia é só para homens. A mulher quer ser possuída em sua abstração, em sua geografia mutante, a mulher quer ser descoberta pelo homem para ela se conhecer. Ela é uma paisagem que quer ser decifrada pelas mãos e bocas dos exploradores. Ela não sabe quem é. Mas elas também não querem ser opacas, obscuras. Querem descobrir a beleza que cabe a nós revelar-lhes. As mulheres não sabem o que querem; o homem acha que sabe.

O masculino é certo; o feminino é insolúvel. O homem é espiritual e a mulher é corporal. A mulher é metafísica; homem é engenharia. A mulher deseja o impossível; desejar o impossível é sua grande beleza. Ela vive buscando atingir a plenitude e essa luta contra o vazio justifica sua missão de entrega. Mesmo que essa "plenitude" seja um "living" bem decorado ou o perfeito funcionamento do lar. O amor exige coragem. E o homem... é mais covarde. O homem, quando conquista, acha que não tem mais de se esforçar e aí , dança...

A mulher é muito mais exilada das certezas da vida que o homem. Ela é mais profunda que nós. Ela vive mais desamparada e, no entanto, mais segura. A vida e a morte saem de seu ventre. Ela faz parte do grande mistério que nós vemos de fora, com o pauzinho inerme. Ela tem algo de essencial, tem algo a ver com as galáxias. Nós somos um apêndice.

Hoje em dia, as mulheres foram expulsas de seus ninhos de procriação, de sua sexualidade passiva, expectante e jogadas na obrigação do sexo ativo e masculino. A supergostosa é homem. É um travesti ao contrário. Alguns dizem que os homens erigiram seus poderes e instituições apenas para contrariar os poderes originais bem superiores da mulher.

As mulheres sofrem mais com o mal do mundo. Carregam o fardo da dor histórica e social, por serem mais sensíveis e mais fracas. Os homens, por serem fálicos, escamoteiam a depressão e a consciência da morte com obsessões bélicas, financeiras ou políticas. As mulheres agüentam firmes a dor incompreendida. O mundo está tão indeterminado que está ficando feminino, como uma mulher perdida: nunca está onde pensa estar. O mundo determinista se fracionou globalmente, como a mulher. Mas não é o mundo delicado, romântico e fértil da mulher; é um mundo feminino comandado por homens boçais. Talvez seja melhor dizer um mundo travesti. O mundo hoje é travesti.


Arnaldo Jabor